Rebaixado, o Ceará precisará definir a situação de atletas com altos
salários e vínculos nos próximos dois anos
Com a queda para a Série
B, a diretoria do Ceará precisa redefinir o planejamento para 2012, incluindo o
aproveitamento dos jogadores no elenco, que custam ao clube quase 1 milhão de
reais por mês.
O Vovô conta hoje com 33 jogadores em quatro situações
distintas. Os com contratos para os próximos dois anos (20); aqueles que terão o
empréstimo encerrado no fim de deste ano (7), os que tem contrato encerrado no
fim do ano (4) e os que retornam de empréstimo (2).
O presidente em
exercício, Robinson de Castro, declarou à Rádio Globo Fortaleza que a realidade
da Série B é diferente e que o clube fará um esforço para manter seus principais
jogadores, com salários reajustados. Porém, em relação a outros que
desapontaram, o clube não teria interesse ainda que fosse proposta uma redução
salarial.
Os jogadores com mais risco de deixar o clube são aqueles que
terão empréstimo encerrado no fim deste ano: o atacante Roger (com o maior
salário do elenco não emplacou em sua passagem pelo Vovô), o lateral-esquerdo
Egídio (que trata lesão no Flamengo), o zagueiro Anderson Luís e o meia Enrico,
(pouco aproveitados). Diferente de jogadores como o meia Thiago Humberto e o
zagueiro Diego Sacoman, que foram úteis neste ano e tem boas chances de
permanecerem.
Dos que tem contrato expirando, Adílson, Careca e Vicente
não tem altos salários e devem permanecer. Já o goleiro Diego, a renovação é
difícil.
Osvaldo
Já Osvaldo é um caso à parte:
maior destaque do time na Série A, o atacante já está em São Paulo com seu
empresário para ouvir propostas de outros clubes. Com o rebaixamento,
dificilmente o Ceará conseguirá recursos para pagar cerca de R$ 5 milhões até 31
desse mês ao Al Ahli, dos Emirados Árabes.
Em contrapartida, o zagueiro
Anderson e o atacante Misael, estavam emprestados e tem contrato, podem
"reforçar" o time.
Mas o maior problema da diretoria reside nos jogadores
que tem contrato estendido para os próximos dois anos. Sem as receitas da Série
A - especula-se que o clube perdeu em torno de 20 milhões de reais com a queda -
manter jogadores como Fernando Henrique, Edmílson, Heleno, João Marcos,
Washington, Boiadeiro, Michel, Fabrício e Marcelo Nicácio, só com uma
readequação salarial. Um empréstimo a outros clubes ou mesmo um acordo para
rescisão de contrato não estão descartados, já que alguns nomes, como os quatro
últimos, não vivem um bom momento no clube.
Já nomes menos badalados como
Daniel Marques, Thiago Matias, Eusébio, Juca e Rudnei, se adequam a realidade do
clube e podem ser a base em 2012.
Coletiva
Para
esclarecer a situação dos jogadores, entre outros assuntos, como seu afastamento
da presidência do Ceará, Evandro Leitão dará entrevista coletiva no clube, hoje
às 17 horas.
O DIA SEGUINTECeará desembarca pela
manhã em clima de tristeza
A dor pelo rebaixamento do Ceará para
a Série B estava no semblante dos jogadores, diretoria e do técnico Dimas
Filgueiras no desembarque de ontem pela manhã, no Aeroporto Internacional Pinto
Martins.
Acostumado a promover recepções calorosas, desta vez a torcida
não recebeu os alvinegros: apenas dois torcedores foram vistos no desembarque da
equipe vinda de Salvador.
Dos 19 jogadores relacionados contra o Bahia na
despedida do time da Série A, apenas sete retornaram com a delegação: o goleiro
Adílson, o zagueiro Fabrício, os volantes Heleno, Juca e Careca, o
lateral-esquerdo Vicente e o atacante Washington.
Os demais jogadores, já
de férias, seguiram para outras cidades. Os que desembarcaram em Fortaleza
tomarão o mesmo destino - alguns embarcaram em seguida, como o volante Heleno,
que foi para São Paulo.
Silêncio
Embora os
jogadores estivessem cabisbaixos, nada se comparava à expressão do técnico Dimas
Filgueiras e dos dirigentes Evandro Leitão e Robinson de Castro. Os três até
cumprimentaram a imprensa, mas não concederam entrevistas, assim como os
jogadores.